sábado, 9 de novembro de 2013

Matias da Maia, de Adriano Milho Cordeiro - Opinião

Matias da Maia, de Adriano Milho Cordeiro
Um Jesuíta Português, natural da Atalaia, na China do Século XVII e a Construção de entrelaços culturais na vastidão do Império
Edição da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha

Na obra de Matias da Maia sentimos a sapiência intensa e admirável de um singular teólogo e filólogo, a investigação cadente do seu pensamento, a causa de certos acontecimentos ocorridos em eras para nós já longínquas, onde, ondas de destruição e de reconstrução foram traçando os percursos nas ondas da Navegação do devir histórico e das relações entre civilizações ancestrais.”


Este livro foi-me oferecido pelo próprio autor, um amigo de outras paragens. É uma edição de Junho de 2013 editada pela Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha. Não é um romance, mas simplesmente os factos verídicos de uma época de descobrimentos, de novos contactos com outras culturas.
É sabido que durante o século XVII, e não só, foram vários os religiosos que aportaram nas novas terras, a ocidente e a oriente, na tentativa de converter, além de compreender, os novos povos. Neste livro, uma espécie de tese, são referidos vários documentos da altura com cartas ânuas da China onde descobrimos não apenas as ideias da altura, mas todos os acontecimentos, como por exemplo, a passagem das várias dinastias no oriente.
Não é por isso um romance, como referi. São textos históricos que documentam uma época e que não deixam de ser interessantes porque com eles aprendemos sempre mais.
Um livro muito fácil de ler, rápido. E que me soube a pouco…
No final, o autor apresenta-nos cópia de um documento intitulado “Relação da Conversão a nossa SanctaFè da Rainha, &Principe da China, & de outras pessoas da casa Real, que se baptizarão o anno de 1648”. Documento este que está na base da pesquisa de todo este livro: o ter encontrado um padre jesuíta natural da freguesia da Atalaia, concelho de Vila Nova da Barquinha, e que escreveu esta “Relação”. Uma visão sem dúvida interessante e que enriquece sempre a cultura de quem o lê.

Deixo-vos um trecho que gostei bastante:

“Talvez tenhamos de ser de novo cultores de palavras e de poesia num mundo demasiado mercantilizado. Deixemos para trás os “priapescos” deuses do “vil metal” a fim de alcançarmos a mística que a literatura nos oferece – fonte para nos conhecermos melhor – que possibilita um melhor entendimento sobre as alteridades de um mundo globalizado e ainda pleno de biodiversidades étnicas e socioculturais, onde urge efectivar pontes de palavras… actos e trabalho!


Percorramos de novo Mares e Oceanos… e celebremos com Palavras a grande aventura da vida. Ainda que perpetuamente o Caos espreite em redor, o remanescente avirá em harmonia.”

2 comentários:

  1. Arranjas-me um exemplar deste livro, para oferecer à minha irmã Andrea? Depois diz quanto foi, é da área académica dela e acho que lhe vai interessar particularmente.
    Beijoca

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    1. Sim. Vou falar com o Adriano e depois digo-te qualquer coisa. Mas em principio agora só estou com ele daqui a 15 dias.
      Calculo que seja mesmo interessante para a Andrea.
      Beijocas grandes

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