terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Novidades da Oficina do Livro. Aposta em autores portugueses


Henrique Galvão - Um Herói Português, de Francisco Teixeira da Mota

A história de um homem corajoso, sem medo dos poderes instalados que atravessou de forma desassombrada o século XX.

A vida de Henrique Galvão é a de um herói português desassombrado que lutou sempre, com inalterável firmeza e fidelidade, por aquilo em que acreditava. 
Em 1961, Portugal e o mundo foram surpreendidos com o desvio do paquete de luxo Santa Maria, que navegava a caminho de Miami. O comandante dos revoltosos era Henrique Galvão. O que leva um capitão do Exército, antigo defensor de Salazar, a um gesto desta natureza?
Apoiante convicto do Estado Novo, que ajudou a criar ao participar na revolução de 28 de Maio de 1926, Henrique Galvão foi passando de salazarista fervoroso a desiludido pelo rumo da política nacional, até se tornar num acérrimo oposicionista. Como se operou esta transformação, quais os motivos e as circunstâncias que lhe estão subjacentes? Estas e outras interrogações encontram neste livro uma resposta assente em factos comprovados e política e socialmente enquadrados.
Obra emocionante, baseada em inúmeros documentos inéditos e fotografias nunca reveladas ao público, Henrique Galvão – Um herói português, mais do que uma biografia de uma personalidade singular, é, em definitivo, o livro que faltava para compreender melhor um dos intervenientes mais notáveis da vida política nacional do último século e da História Contemporânea de Portugal.


Cozinha d’Amigos, de Miguel Sousa Tavares

«Na cozinha, como na escrita, é necessário ter medo dos adjectivos: quanto mais simples e menos complicado, melhor!»

Cozinha d’Amigos é um livro sobre a evidência da cozinha, sobre a superioridade da cozinha natural, simples e de amigos, sobre a famigerada cozinha de autor, em que quem cozinha é sempre mais importante do que os produtos que usa. Cozinha d’Amigos reflecte a filosofia dos homens-cozinheiros domésticos da geração dos Beatles, que aprenderam a cozinhar, sem pretensão alguma, e reflecte, também, o gosto e a filosofia de alguém que se habituou a «trabalhar» (como dizem os cozinheiros) com aquilo que Portugal tem de melhor e, às vezes, único: o peixe e o marisco, a caça e o porco, as ervas, o azeite, as batatas – e a não complicar.
Cozinha d’Amigos transmite o gosto de Miguel Sousa Tavares por «cozinhar por prazer, para os amigos, para a mulher que ama e até mesmo só para si». Em Cozinha d’Amigos redescobrimos a importância e o fascínio de comprar o que é bom e que só se encontra nos belos e tradicionais mercados portugueses e evitar o supermercado, onde, como diz o escritor, «nada sabe ao que é suposto ser». Cozinha d’Amigos é um pouco a memória das horas, dias, anos, passados a cozinhar sozinho e contra a solidão ou para uma mesa cheia amigos do coração.
Por fim, Cozinha d’Amigos é um livro que existe porque o seu autor acredita que a cozinha é uma arte, que aproxima os amigos, que reúne a família, que dá um sentido à casa e às coisas do mundo. Que nos aproxima do mar, da terra, das árvores, da felicidade. Tem receitas, claro: umas do escritor, outras de amigos, outras do domínio público. Mas tem mais (ou menos) do que apenas receitas: tem também o registo dos tiques e hábitos do autor na cozinha, das manias, das teorias e até dos estados de alma – «os quais, todavia, sempre variam mais depressa do que o tempo que demora a deixar estragar um refogado».
Prefaciado por José Manuel Barata-Feyo e com fotografias de José Pedro Monteiro, Cozinha d’Amigos é um livro bem ao estilo de Miguel Sousa Tavares: revelador, emocionante, provocador. A cada uma das 33 receitas corresponde uma boa história, uma viagem ou uma memória. As receitas são, como se lê, «todas simples, ao alcance de qualquer um». A parte do livro que lhes é dedicada está repartida entre receitas de Primavera/Verão e Outono/Inverno. Da simples “Sopa de meloa” ao “Peru de Natal”, o livro visita pratos diversos que passam pelos salmonetes grelhados – e pelas regras para os grelhar na perfeição -, pelo “Cantaril no forno à Sophia”, o “Spaghetti de Santola” e por muitas receitas de caça.

Oficina do Livro

Sem comentários:

Enviar um comentário