terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Nas livrarias pela Bertrand



Dezembro, de Elizabeth H. Winthrop

De leitura compulsiva e emocionante, Dezembro é uma obra de uma originalidade maravilhosa e de grande impacto emocional.

A pequena Isabelle, de onze anos, não diz uma palavra há quase um ano. Desistiram dela quatro psiquiatras, classificando o seu silêncio como impenetrável. Os seus pais sentem-se incrédulos e aterrorizados com o isolamento da filha e com o facto de gradualmente estarem a perder o controlo sobre a vida familiar. A escola de Isabelle, que até agora tomou a atitude extraordinária de a deixar fazer os testes e trabalhos em casa, está prestes a expulsá-la, obrigando os seus pais a confrontarem-se com a possibilidade de aquilo que julgaram tratar-se de uma extravagância de adolescente, uma fase, ser afinal uma transformação definitiva, um isolamento de onde a filha poderá nunca vir a sair.
Dezembro dá vida a um quadro inesquecível de uma família em crise e de um mês na vida de uma rapariga inteligente e fascinante, encerrada num isolamento criado por si própria e do qual só ela pode decidir libertar-se.



Ecos do Passado, de Danielle Steel

O verão de 1915, em plena Guerra Mundial, foi um tempo simultaneamente de prosperidade e desconforto para a família Wittgenstein. Mas para a filha mais velha, Beata, foi também um despertar, que a obrigou a tomar a decisão mais importante da sua vida, cujos ecos se farão sentir durante longo tempo. Mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial, caberá à sua filha procurar o seu lugar entre a família há muito perdida e os seus sonhos para o futuro, um futuro de esperança bem enraizado no solo fértil do passado.
Com toda a elegância que lhe é característica, Danielle Steel dá vida à História e cria uma narrativa ousada e comovente, de personagens inesquecíveis e imagens de grande beleza. Ecos do Passado transporta-nos para um mundo já desaparecido e tece uma rica tapeçaria do amor de uma mãe, da coragem de uma filha e da fé inabalável que lhes deu força, mesmo nos piores momentos da História.



Terra Sangrenta - A Europa entre Hitler e Estaline, de Timothy Snyder

Antes sequer da Segunda Guerra Mundial ter começado, Estaline, o aliado americano durante a guerra, tinha fuzilado e privado de alimentos milhões dos seus, tendo continuado a fazê-lo durante a guerra. Embora os soldados americanos tenham libertado campos de concentração, nunca chegaram às fábricas da morte, aos campos de massacre e aos locais de privação de alimentos onde Hitler e Estaline assassinaram civis em grande escala. Em doze anos, as políticas de massacre deliberadas e não relacionadas com o combate dos regimes nazi e soviético mataram catorze milhões de pessoas, numa zona de morte, entre Berlim e Moscovo. Com o fim da guerra, as terras sangrentas caíram atrás da «cortina de ferro», deixando a sua história mergulhada na escuridão.
Em Terra Sangrenta, o aclamado historiador Timothy Snyder apresenta uma investigação pioneira sobre o local onde os europeus foram mortos aos milhões e uma explicação sustentada dos motivos e métodos de Hitler e Estaline. Fixa a história do Holocausto de Hitler e do Terror de Estaline no tempo e no espaço, apresenta episódios esquecidos dos homicídios em massa nazis e soviéticos e elabora um relato da relação entre os dois regimes sob uma nova perspectiva. Utilizando a literatura já existente e fontes primárias em todas as línguas relevantes, Snyder dedica especial atenção às fontes deixadas pelas vítimas: cartas para casa, bilhetes lançados de comboios ou diários descobertos com os cadáveres.



Estações Diferentes, de Stephen King

Uma colecção de quatro novelas, três das quais foram adaptadas ao cinema, do mestre do Terror.
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Os Condenados de Shawshank narra a história de um homem inocente que concebe um esquema para fugir da prisão.
Na segunda novela, Aluno dotado, adaptado ao cinema com o título Sob Chantagem, King apresenta-nos um menino exemplar que desafia um velho sinistro a despertar um mal há muito enterrado.
Em O Corpo, adaptado ao cinema com o título Conta Comigo, quatro rapazes aventuram-se nos bosques e a sua viagem acaba por se tornar num ritual de passagem da infância à maturidade, com a perda da inocência.
A Técnica da Respiração é uma história macabra acerca de uma mulher determinada a dar à luz e que, para isso, mantém o seu bebé vivo nas circunstâncias mais extraordinárias.



Andam Faunos pelos Bosques, de Aquilino Ribeiro

Em Andam Faunos pelos Bosques verifica-se a obra erudita de Aquilino, polvilhada de sabedoria com reflexões antiquíssimas, nunca concluídas, sempre por resolver. Fala-nos do belo e do divino. Mas também nos fala da relação entre o homem e o desconhecido, campo verde onde pastam as ovelhas da fé e onde, ao contrário do habitual, pastam também pastores. Retracta magistralmente um conjunto de sacerdotes da douta igreja, sacudindo-os e analisando-lhes as vidas e a fé. São eles, os padres, que carregam o peso da narrativa. É através deles que Aquilino nos conta a história, passada nas serras da Beira e parcialmente na cidade de Viseu, de um conjunto de estranhas ocorrências. Chegara à Terra o Inefável, que viria plantar a sua semente pura nos ventres das mais belas mulheres.
Aparece então a teoria clássica que ressuscita a imagem do fauno. Aparece depois a católica teoria demoníaca. O duelo entre as duas "escolas", defendidas, cada qual por um punhado de padres, acaba saldado por uma intervenção de um outro padre num discurso absolutamente formidável que constitui uma das mais claras e racionais definições de fé.

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